As portas do mundo costumam se abrir quando são utilizadas as chaves certas. Chaves como “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”, “por favor” e “obrigado” costumam se converter em sistemas de aberturas de portas. É claro que se está utilizando uma simbologia, mas conduzir isso a uma facilidade para uma boa convivência é o que se chama de civilidade que não deixa de ser parente da educação, da boa formação e dos princípios básicos vinculados à harmonia, enfim, pratica-se civilidade para se obter um ambiente social mais agradável.
Dizem os especialistas em convívio social que as boas maneiras, apesar de ser "coisa" de um passado longínquo, ficaram mais importantes ainda na vida contemporânea, pois, segundo eles, boa parte do que sustentava emocionalmente e materialmente vinha das famílias, entretanto os tempos mudaram e hoje em dia convive-se, em muitos casos, mais com amigos e desconhecidos do que com a própria família, onde ser amistoso e afável torna-se uma grande vantagem, pois a cortesia e a polidez melhoram a autoestima da pessoa a quem foi dirigida a palavra e, dessa maneira, torna as relações sociais mais agradáveis. O bom senso, como também a regra geral de decência e convivência diz que todos devem ser tratados com os requisitos básicos de cortesia como as “chaves” citadas acima, requisitos esses que devem ser redobrados em relação a quem ocupa posições menos destacadas, onde ignorar a existência de quem presta serviços como trazer o seu carro ou limpar a sua sala é prova de insensibilidade, como também devemos ter o cuidado de não permitir que a intimidade faça com que algumas pessoas do nosso convívio, por exemplo a família ou pessoas próximas, sejam tratadas de uma forma menos lisonjeira, enquanto que “as de fora” são tratadas como se fossem da realeza. Do tipo assim: “lá com os outros é “doce”, mas aqui (em casa) é “amargo”. As pessoas do nosso convívio são importantíssimas para o desenvolvimento espiritual de cada um.
Etimologicamente falando “civilidade” é o respeito pelas normas de convívio entre os membros de uma sociedade, seja ela familiar, religiosa, círculo de amigos ou do ambiente de trabalho. Não confundir com civismo que tem que ver com o respeito pela sociedade organizada, pelas instituições e pelas leis.
Falar de civilidade conduz à constatação de que vale a pena primar pelo convívio saudável, pois exercitando a gentileza e a cortesia todos ao nosso redor, sem exceção, procurarão fazer a mesma coisa, onde, por exemplo, aqueles que convivem conosco não encontrarão oportunidades de serem rudes ou menos amistosos se os nossos exemplos de conduta forem elevados.
A noção de conduta e civilidade é antiga, entretanto o ser humano tem dificuldade em praticá-la e a maioria prefere utilizar o expediente: “vamos deixar como está para ver como é que fica”.
Os preceitos básicos de civilidade, que eram passados de forma verbal, passaram a ser codificados e seguidos, pois o convívio em sociedade assim o exigiu, onde fez surgir a separação do ter e do ser, ressaltando que o mais importante não é o que se tem na vida, mas sim quem se tem na vida, e seguindo esta lógica devemos lutar por quem temos na vida, onde o convívio saudável é uma excelente oportunidade de vivenciar um modo mais feliz de viver a vida enquanto estamos encarnados, pois aqui e agora é que ocorre a expiação (provação) e temos que ter o cuidado de não perdermos a oportunidade de melhorar a nossa forma de tratar o próximo, seja quem for, pois todos somos humanos independente de sexo ou opção sexual, raça, religião ou etnia.
Todos nós temos problemas, mas descontar no próximo não vai ajudar em nada. Pelo contrário, irá produzir sensações desagradáveis e um consequente ambiente social ruim.
"Ser honrado, hoje em dia, significa ser portador de exemplaridade para uma comunidade. E, para ser exemplo, o sujeito precisa ser probo em todos os aspectos da vida dele. Não basta, por exemplo, ser só bom médico ou bom piloto. É preciso ser bom pai, bom marido, um sujeito respeitoso e incorruptível", diz o cientista político Bolívar Lamounier.
Por Eduardo Medeiros.
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